O WeWork, empresa americana de coworking, passou por um processo de avaliação de sua abertura de capital, que confirmou seus problemas financeiros. Isso resultou em uma queda acentuada em seu valor na bolsa de valores e em seu crédito frente aos investidores. Em outubro de 2019, a empresa anunciou que suspenderia sua abertura de capital e seu CEO, Adam Neumann, renunciou.

O escândalo expôs muitas questões importantes que vão além da WeWork. Por exemplo, levantou-se a questão sobre a sustentabilidade das startups unicórnio, que possuem avaliações bilionárias no mercado, mas não têm lucro. A WeWork é uma das maiores empresas nesse segmento, com uma avaliação de US$ 47 bilhões em seu pico. No entanto, suas operações estão longe de serem lucrativas, com uma perda líquida de US$ 1,9 bilhão em 2018.

Além disso, há preocupações sobre o efeito que a empresa tem no mercado imobiliário em geral. A WeWork é o maior locatário de escritórios nos Estados Unidos, por exemplo, o que significa que possui grande influência no mercado imobiliário. O problema é que a empresa assinou contratos de locação de longo prazo e cobra aluguéis mais baixos dos inquilinos, contando com a valorização do mercado imobiliário para receber lucro. No entanto, com as incertezas do mercado, isso pode acabar resultando em grandes perdas.

Os líderes do setor imobiliário colocaram em dúvida a estratégia de lucro a longo prazo da WeWork. Naturalmente, muitos proprietários de imóveis estão preocupados com a exposição à empresa, visto que muitos contratos de locação foram feitos levemente apenas com a WeWork. Ao mesmo tempo, os locatários temem que a empresa se torne inadimplente devido às suas dificuldades financeiras, deixando-os sem um espaço de trabalho.

Outro problema levantado pela controvérsia é o tamanho da influência de Neumann na WeWork. Ele havia sido criticado por sua administração pouco clara e por tomar decisões unilaterais, incluindo a compra de um jato particular. É importante lembrar que a empresa também foi objeto de críticas sobre a conduta do CEO em relação à comunidade judaica.

No entanto, nem todos acreditam que a WeWork deixará de existir completamente. Algumas fontes do mercado acreditam que a empresa poderá ser vendida inteira ou que seus ativos serão adquiridos por outras empresas. De qualquer forma, a queda da WeWork expôs questões importantes sobre a sustentabilidade do mercado de start-ups unicórnio, bem como sobre o mercado imobiliário como um todo.

Em resumo, o escândalo da WeWork é um grande lembrete para todos os empresários sobre a importância da solidez financeira e da administração transparente. A empresa gigante de coworking chamou a atenção para problemas maiores que vão além de suas próprias práticas de negócios, e deve ser, portanto, uma oportunidade para que as empresas se tornem mais cautelosas e estejam mais preparadas para lidar com a incerteza financeira.